Piauí é um dos estados brasileiros que mais resgatou trabalhadores em situação análoga à escravidão
O Piauí está entre os estados brasileiros onde a Polícia Rodoviária Federal mais resgatou trabalhadores em situação análoga à escravidão, nos últimos cinco anos.
No Brasil, só a PRF fez 838 operações em todo o país e resgatou 1.406 trabalhadores. Quase metade deles no ano passado. Além do Piauí, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina estão entre os que mais tiveram pessoas libertadas pela PRF.
As informações foram divulgadas no Jornal Nacional deste sábado (28), Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
Os números totais do Ministério do Trabalho mostram uma situação ainda mais preocupante: 2.575 pessoas foram resgatadas no ano passado de acampamentos em que eram submetidas a condições de trabalho semelhantes à escravidão.
No Piauí, os números divulgados pelo MPT apontam que em 2022, o estado resgatou o maior número de trabalhadores dos últimos dez anos. Ao todo, foram 180 trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão.
Esse também é o segundo maior índice de resgatados no Estado desde que as operações iniciaram, ficando atrás apenas do ano de 2007, quando foram resgatados 195 trabalhadores.
De acordo com o levantamento do Ministério Público do Trabalho, as atividades em que foram resgatados mais trabalhadores submetidos a situação de escravidão foram a de extração de pedra, limpeza de área para plantio e extração da palha da carnaúba.
O procurador-chefe do MPT-PI, Edno Moura, os números revelam que o trabalho escravo ainda é uma realidade em todo o país.
“O Piauí, infelizmente, não está livre do trabalho escravo. Pelo contrário, tem sido cada vez mais constante o resgate de trabalhadores submetidos à escravidão no estado. Desde 2004 já foram resgatados no Piauí mais de 1.480 trabalhadores, número que, ao mesmo tempo em que nos envergonham, exige uma profunda reflexão e uma atuação mais firme no combate ao trabalho escravo no estado, com participação mais efetiva tanto dos poderes constituídos como da sociedade civil”, pontua.
Ele destaca que o apoio da população tem sido fundamental para a atuação do órgão no combate dessa prática. “O número de resgates aumentou, assim como o número de denúncias que temos recebido. Em todas as situações em que houve denúncias, o MPT, com os órgãos parceiros, constatou o trabalho escarvo. Por isso, que a participação da sociedade nesse processo é fundamental”, destacou ele.
As denúncias de trabalho escravo podem ser feitas ao MPT-PI através do site do MPT-PI no www.prt22.mp.mp.br, ir na aba serviços/requerimento/denúncia, através do e-mail prt22.dapi@mpt.mp.br, por meio do whatsApp (86) 99544 7488 e também de forma presencial na sede da Procuradoria do Trabalho do Piauí. Elas podem ser feitas sem que haja necessidade de identificação do denunciante.
Com informações MPT/PI e Globo.com
Fonte: Portal ClubeNews