Advogada piauiense que disse “adorar crimes passionais” pede desculpas
No vídeo ela afirma que não teve a intenção de fazer “apologia ao crime, ou de incentivo, depreciação de vida de mulheres”. Ela continua dizendo que há um aumento de séries e vídeos sobre o assunto, inclusive, o comentário estava relacionado a isso.
“Temos um crescente número de séries, de vídeos que tratam sobre isso, inclusive, o comentário foi um referência sobre a questão de passar a noite assistindo vídeos, maratonando”.
Elida pontua que sua profissão recebe preconceito, devido à defesa de pessoas em uma posição socialmente desfavorecida.
“O que a gente precisa lembrar é que realmente a advocacia criminal já é recebida com certo preconceito, porque nós, enquanto advogados e advogadas, estamos ao lado daquelas pessoas que estão em um degrau mais baixo de degradação. Então eu gostaria de pedir as minhas desculpas”, pontuou a advogada.
O que diz a OAB?
“A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, informa que o vídeo veiculado nas redes sociais pela Conselheira Federal Élida Fabrícia, não corresponde com o pensamento da instituição. A instituição, através de todos os seus membros e membros, é reconhecida por trabalhar para combater as violências, especialmente a violência contra mulher, infelizmente ainda tão frequente em nosso Estado. A OAB-PI informa que a Corregedoria da OAB-PI e o Tribunal de Ética darão ciência ao Conselho Federal, a quem compete apurar o caso”, diz trecho da nota.
Entenda o caso
A advogada criminalista Élida Fabrícia causou polêmica nas redes sociais ao divulgar um vídeo nessa segunda-feira (12), Dia dos Namorados, após afirmar que “adora crimes passionais”. Em seu perfil oficial no Instagram, ela diz que esse tipo de caso faz parte do “gostinho extravagante da advogada”.
“Dia dos namorados chegando e isso me faz lembrar aquele gostinho extravagante da advogada criminalista. Pode falar isso? Mas eu adoro um crime passional. Adoro quando chega aquele processo quentinho, gostosinho, bem formado com crime passional”, falou.
No Piauí, os crimes passionais, ou seja, aqueles causados por emoções exageradas de afeto ou sentimento de posse contra a vítima, só têm crescido a cada ano. Em 2022, para se ter uma ideia, o estado registrou uma das maiores taxas de feminicídio, superior à média nacional.