Alunas de jornalismo da UFPI relatam insegurança e temem retorno à sala de aula
A repercussão da morte da estudante do curso de Jornalismo, Janaína Bezerra, provocou comoção entre todas as mulheres da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que clamam por justiça e mais segurança dentro da instituição.
Ao Portal ClubeNews, algumas estudantes relataram o sentimento de revolta sobre o caso e afirmam não ter condições psicológicas de assistir aulas no momento.
A estudante Ana Gabriela Freire comenta que convive com o medo ao precisar andar sozinha pelos corredores da instituição, principalmente durante o período da noite quando reduz a circulação de pessoas.
“Não é de hoje que eu, como aluna, me sinto insegura na UFPI, principalmente com os casos de assédio e assaltos que vem ocorrendo. Agora está mais complicado com a morte de uma colega de curso. As disciplinas que eram da noite são piores porque o CCE (Centro de Ciências da Educação) ficava mais deserto e, às vezes, nós tínhamos que esperar ônibus ou carona até depois do horário”, comenta.
A aluna está sem assistir aula e pede por mais policiamento dentro da instituição. “Infelizmente, no momento, não tenho condições psicológicas de retornar porque ver uma violência dessas acontecendo tão próximo de você é algo que não é fácil para nenhum ser humano lidar. Então, esse lado referente à nossa segurança no campus tem que melhorar muito; ter maior número de seguranças e patrulha para que no futuro a gente possa evitar tragédias desse tipo de novo”, acrescenta.
TRISTEZA
Também aluna de Jornalismo, Anastácia Viveiros comenta que a UFPI é um lugar onde não se sente mais segura. “Vou ter que voltar às aulas porque elas têm de acontecer, mas é sempre com medo de assalto, ou que uma pessoa armada queira fazer alguma coisa, é um lugar onde não me sinto segura”, diz.
“O caso dessa moça é revoltante, pois ela só foi a uma festa se divertir. Dois anos de pandemia, as pessoas trancadas, no momento que ela vai sair acontece uma coisa assim, é desestimulante, a vontade que tenho é de não pisar mais na UFPI. O custo psicológico de entrar em pânico a cada moto que passa, ou de ficar com medo de cada pessoa que abre a porta. O frio que dá na espinha quando se escuta alguém andando atrás de você é muito grande”, desabafa.
Foto: Andrê Nascimento