
Audiência de casal acusado de matar oito pessoas envenenadas em Parnaíba é adiada
A primeira audiência de instrução e julgamento de Maria dos Aflitos e Francisco de Assis Pereira da Costa, prevista para esta quarta-feira (30), foi adiada para 5 de setembro. O casal é acusado de matar envenenados de sete familiares e uma vizinha em Parnaíba, no litoral do Piauí.
A sessão foi adiada devido ao resultado de sanidade metal de Francisco de Assis não sair no prazo previsto. A Defensoria Pública do Piauí (DPE) solicitou a realização do exame para avaliar o estado psicológico do réu, previsto para o dia 5 de agosto.
O delegado Abmael Silva, da Polícia Civil do Piauí, informou que o plano do casal era assassinar todas as vítimas para ficarem sozinhos na casa, que era habitada por várias pessoas. Francisco de Assis foi preso no dia 8 de janeiro, e Maria dos Aflitos, no dia 31 do mesmo mês.
Os envenenamentos
Entre as vítimas do casal estão dois netos de Maria dos Aflitos: João Miguel Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, de 8, que morreram após ingerirem cajus contaminados, em agosto de 2024.

Na época, Lucélia Maria da Conceição, vizinha da família, foi presa suspeita de ter entregado as frutas às crianças. A casa dela foi incendiada pela população, revoltada com o caso.

Já em 1º de janeiro deste ano, oito membros da família foram hospitalizados após consumirem arroz envenenado que havia sobrado da ceia de Réveillon. Nos dias seguintes, cinco dessas pessoas morreram.
As vítimas eram dois filhos e três netos de Maria dos Aflitos, entre elas Francisca Maria Silva, de 32 anos, mãe das crianças que haviam comido os cajus cerca de seis meses antes.

Dias depois, uma vizinha identificada como Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, também morreu após tomar café na residência onde os crimes foram cometidos.

No mês de março, Maria dos Aflitos e Francisco de Assis tornaram-se réus por oito homicídios qualificados e três tentativas de homicídio qualificado.
Arroz envenenado
O laudo da Polícia Científica do Piauí encontrou terbufós, uma substância altamente tóxica, usada em pesticidas e agrotóxicos, no arroz consumido pela família de Francisca Maria, mãe dos meninos envenenados com cajus em 2024, no primeiro almoço do ano, em Parnaíba.
“Qualquer quantidade já faz mal, qualquer uma. Ela afeta a transmissão dos estímulos nervosos em todo o corpo. Dando crise convulsiva, falta de ar, dores, cólicas abdominais – inclusive afeta o coração também”, destaca o perito-geral do departamento de polícia científica-PI, Antônio Nunes Pereira.
Esse produto químico aparece na composição do chumbinho, usado normalmente contra ratos, e proibido no Brasil.

As vítimas:
– João Miguel Silva (sete anos de idade)
– Ulisses Gabriel Silva (oito anos)
– Manoel Leandro da Silva (18 anos de idade)
– Maria Lauane Fontinele Lopes Silva (três anos de idade)
– Francisca Maria Silva (32 anos de idade)
– Maria Gabriele Silva (quatro anos de idade)
– Lívia Maria Leandra Silva (17 anos)
– Maria Jocilene da Silva (41 anos)