Delegado Bareta: “a polícia civil pra mim é um bom livro que jamais quero parar de ler”
“O desmantelamento de uma organização criminosa que agia há 20 anos no Piauí sob o comando do coronel José Viriato Correia Lima, praticando abertamente os mais hediondos crimes foi um marco na história da Polícia Civil”, segundo revelação feita a este repórter pelo delegado Francisco das Chagas Santos Costa, o Bareta, um dos mais preparados e destemidos da história da instituição.
Quem é Bareta
Francisco das Chagas Santos Costa, o Bareta, nasceu em Teresina e até os 21 anos de idade morou no bairro Vermelha em cujo mercado seu pai trabalhava como magarefe.O delegado é formado em direito e está há quase 43 anos na Polícia Civil do Piauí
Por que Bareta
Foram amigos de um grupo de jovens da Vermelha que começaram a chamar Francisco Costa de Bareta, alinhando a sua vontade de ser policial com o detetive Bareta, principal personagem de um seriado policial que fez muito sucesso de 1975 a 1977. O incorruptível detetive americano resolvia seus casos com base em informantes de rua.
Amor à Polícia
“A Polícia Civil para mim é como um bom livro que jamais quero parar de ler”, diz emocionado o delegado que comandou a Comissão Investigadora do Crime Organizado, montada na época do secretário Carlos Lobo e que funcionou nas dependências da Polícia Federal.
Grandes investigadores
Na realidade a Polícia Civil do Piauí sempre teve grandes investigadores, homens que não tinham passado por bancos de faculdades mas que apresentavam impressionante tirocínio.
Alguns deles
Luis Gonzaga de Oliveira, o “Duzentos”, Antônio Pereira, o “Pereirão”, Luiz Gonzaga Vieira, o “Luiz Cavaquinho”, Francisco de Assis Luz, o Didi, Luiz Menezes, Manoel de Sales Oliveira, o Sales, Francisco Sousa, o Chico Picoense, José Alves da Silva, o Zé da Silva e outros são lembrados como excepcionais investigadores pelo Delegado Bareta
Época dos vigaristas
Luiz Gonzaga de Oliveira, o “Duzentos” formava uma dupla que se tornou famosa em Teresina com Pereirão. Nesse tempo, na verdade os criminosos eram mais “artistas” preferindo, grande parte , tirar dinheiro das pessoas sem utilizar armas e sim artimanhas. Era a época dos vigaristas.
Investigador excepcional
Acompanhei como repórter muitos trabalhos do policial “Duzentos”. Homem educado, nunca recorreu a violência nem mesmo com os criminosos que demoravam a “dar o serviço”. Era um investigador extraordinário. Conhecia o vigarista pelo cheiro e pelo caminhado.
Requisitado nos quartéis
“Duzentos”, que nunca tinha sentado num banco de faculdade, conseguia muito rapidamente confissões de suspeitos. Na época de seleções para o serviço militar era solicitado por oficinais para identificar se alguém entre os selecionados tinha aptidão ou cometido algum delito. Rapidamente o dedo de “Duzentos” apontava os que deveriam ser excluídos
Orgulho
É desse pessoal, que indiscutivelmente ajudou a construir “a minha Polícia Civil”, que o delegado Bareta se orgulha de ter compartilhado trabalhos de fôlego que na maioria das vezes não tiveram os recursos e nem o apoio de hoje
Vital e Barradas
Para o delegado Bareta a Polícia Civil e a população devem muito também aos peritos Delfino Vital da Cunha Araújo e Altamir Fonseca Barradas.
Peritos e investigadores
Tanto Vital Araújo como Barradas, além de peritos criminais, tinham extraordinária capacidade de investigação.
Gangue de puxadores
No final dos anos 70 a Polícia do Piauí desmantelou uma gangue de puxadores que estava baseada em Teresina e envolvia criminosos de quase toda a região nordestina.O comando dessa investigação ficou a cargo de Delfino Vital da Cunha Araújo.
Coquinho
O chefe da quadrilha era Felinto Alves Martins, o “Coquinho”, puxador de carros muito educado que andava sempre bem vestido e tinha uma mulher muito bonita conhecida como Concita.
Casa na zona leste
Fugiu
Quando a investigação começou sob o comando de Vital Araújo, “Coquinho” fugiu de Teresina mas deixou aqui um grande número de “simpatizantes” que gostavam do seu bom uísque.