Dono de posto investigado por lavagem de dinheiro ligada ao PCC comparece à delegacia em Teresina
O empresário Haran Santiago Girão Sampaio, dono do posto HD, compareceu na manhã desta quinta-feira (6) à sede do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Ele é alvo da Operação Carbono Oculto 86, que investiga lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
O espaço segue aberto para manifestação das defesas dos citados.
Haran se apresentou às autoridades acompanhado da esposa e do advogado. Segundo o delegado Laércio Evangelista, coordenador do Draco, a polícia informou ao empresário acerca das restrições impostas a ele pela Justiça, como a proibição de se ausentar de Teresina.
Haran foi abordado por policiais civis no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, quando retornava a Teresina. Com ele, foram apreendidos um computador, um celular e uma quantia em dinheiro.

Além de Haran, o empresário Danillo Coelho de Sousa, dono do posto Diamante, também é alvo da operação. Ele foi abordado no Aeroporto de Teresina, onde também foram apreendidos um notebook, um celular e valores em espécie.
As diligências fazem parte da segunda fase da investigação, que apura um amplo esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis, estimado em R$ 5 bilhões ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, os empresários fugiram na terça-feira (4) e a operação foi deflagrada na quarta-feira (5). Por isso, o Ministério Público do Estado (MPPI) vai pedir a prisão dos investigados por não colaborarem com as investigações.
Conforme a investigação, o grupo utilizava uma complexa estrutura de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar capitais ilícitos, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio.
Entre os bens apreendidos está um avião pertencente ao empresário Haran Santhiago Girão Sampaio. Uma Porsche avaliada em mais de R$ 550 mil também foi apreendida.
A decisão judicial também determinou o sequestro de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas, até o limite de R$ 348,7 milhões, conforme documento assinado pelo juiz Valdemir Ferreira Santos. Foram 49 postos interditados em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins.
Esposas também investigadas

As empresárias gêmeas Thamyres Leite Moura Sampaio e Thayres Leite Moura Coelho, esposas de Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, também são investigadas por participação no esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis.
Elas são sócias de postos e distribuidoras como as redes HD e Diamante, que tiveram as atividades interditadas pela Polícia Civil e bens bloqueados pela Justiça.
As medidas adotadas estão a prisão temporária dos principais investigados, a busca e apreensão domiciliar em residências e sedes empresariais, o bloqueio judicial de contas e bens móveis e imóveis, a interdição imediata dos postos de combustíveis envolvidos e a suspensão das atividades econômicas das empresas associadas.