O empresário Danilo Coelho de Sousa, alvo da Operação Carbono Oculto 86, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 5 bilhões ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), se apresentou na sede do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) nesta quinta-feira (6). Ele estava acompanhado da esposa, Thayres Leite Moura Coelho.
Danilo Coelho e Thayres Coelho (Foto: Portal ClubeNews)
Os dois compareceram à polícia para tomar ciência das medidas cautelares impostas pela Justiça, já que não haviam sido localizados durante a deflagração da operação, ontem (5).
Mais cedo, o empresário Haran Santhiago Girão Sampaio e sua esposa, Thamyres Leite Moura Sampaio – que é gêmea de Thayres e ostenta vida de luxo nas redes sociais – também se apresentaram ao Draco, junto a um advogado.
As medidas cautelares foram solicitadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público e incluem a entrega imediata dos passaportes à Polícia Federal do Piauí, além da proibição de se ausentar de Teresina.
Empresários teriam fugido do estado (Foto: Reprodução)
Segundo a polícia, Danilo Coelho e Haran Santhiago seriam os proprietários da rede de combustíveis HD, que teria sido negociada com o PCC para lavagem de capitais e é suspeita de adulteração de combustíveis.
Centro de distribuição do PCC
O inquérito da Operação Carbono Oculto 86 revelou que o PCC planejava instalar um centro de distribuição de combustíveis adulterados na cidade de Altos, no Piauí, para abastecer outros estados do país.
Distribuidora de combustíveis adulterados (Foto: SSP-PI)
O secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, informou que o grupo aproveitava a posição estratégica do estado.
“Esse grupo estava construindo uma distribuidora de combustível, na estrada para Altos, para irrigar os outros estados. São alimentados pelo braço financeiro do PCC, que estava na Faria Lima…”, disse o secretário, destacando o impacto do esquema no mercado e para o Fisco.
Conforme a investigação, o grupo utilizava uma complexa estrutura de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar capitais ilícitos, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio.
Entre os bens apreendidos está um avião pertencente ao empresário Haran Santhiago Girão Sampaio. Uma Porsche avaliada em mais de R$ 550 mil também foi apreendida.
A decisão judicial também determinou o sequestro de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas, até o limite de R$ 348,7 milhões, conforme documento assinado pelo juiz Valdemir Ferreira Santos. Foram 49 postos interditados em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins.
Operação interdita postos de combustíveis (Foto: SSP-PI)