Empresária acusada de escravizar afilhada por 15 anos tem prisão domiciliar concedida e terá que usar tornozeleira eletrônica
Montagem – Francisca Danielly Mesquita Medeiros (à esquerda) é suspeita de manter a afilhada, Danielly Mesquita Medeiros (à direita), em cárcere privado e situação análoga à escravidão — Foto: TV Clube
A empresária Francisca Danielly Mesquita Medeiros, acusada de manter a afilhada em situação análoga à de escrava por 15 anos em Teresina, teve a prisão domiciliar concedida pela Justiça. Ela vai ser monitorada por uma tornozeleira eletrônica. A empresária deixou o sistema prisional desde a noite de terça-feira (6).
A suspeita foi presa temporariamente no dia 23 de maio e teve a prisão preventiva decretada três dias depois. Com a concessão de liberdade, ela deve ficar em prisão domiciliar para cuidar do filho, um menino de 10 anos com autismo severo, e de seu filho caçula, de 8 anos.
“[…] Apesar de graves os fatos criminosos supostamente perpetrados pela paciente, observa-se que, na atual conjuntura, sua prisão domiciliar atende melhor aos princípios da proteção integral e da prioridade absoluta da criança”, escreveu o juiz Sebastião Ribeiro Martins na decisão.
O juiz, que julgou o recurso colocado pela defesa, deixou a recomendação ao juiz responsável pelo processo que determine visitas periódicas de assistentes sociais à casa da empresária, para que se verifique se ela está cuidando de fato das crianças.
A vida da jovem mantida em cárcere
Mantida em cárcere privado, situação análoga à de escravidão e sendo agredida quase diariamente durante 15 anos, Janaína dos Santos, de 27 anos, não se lembra da data em que faz aniversário, nunca ia ao médico quando sentia dor, nem podia ter amigos ou sair de casa quando quisesse.
Fonte: G1 Piauí