
Empresário que forjou suicídio da esposa e lavava dinheiro para facção é preso em Teresina
Uma operação, deflagrada nesta quinta-feira (31), em Teresina (PI), prendeu pelo menos 12 pessoas ligadas a esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo locadoras e lojas de veículos de luxo. Entre os presos está Eliésio Marinho, empresário do ramo de automóveis, capturado dentro de sua loja na avenida Barão de Gurgueia.
Segundo o delegado Edvan Botelho, Eliésio é suspeito de atuar na lavagem de dinheiro para a facção criminosa Bonde dos 40 e também responde por um crime de feminicídio ocorrido em outubro de 2023. Na época do feminicídio, ele forjou o suicídio da própria esposa.
A vítima foi Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos, executada com um tiro no ouvido dentro de casa. Na época, Eliésio alegou que se tratava de suicídio, mas as investigações descartaram essa possibilidade.
“As evidências mostraram que se tratava de um homicídio. Ele era o principal suspeito. Ao ser questionado hoje, ele disse que teria sido motivado por ciúmes”, afirmou o delegado.
LIGAÇÃO CRIMINOSA
Ainda segundo a investigação, a loja de veículos onde ele foi preso seria usada como fachada para a movimentação financeira ilícita da facção. “É uma das opções preferidas para aqueles que lavam dinheiro para o crime organizado”, disse Edvan Botelho. Ao menos 50 veículos devem ser apreendidos.
A polícia investiga a relação entre Eliésio e outros membros da facção, como Alandilson, companheiro da vereadora Tatiana Medeiros. Questionado, o suspeito afirmou não conhecer o integrante, mas admitiu fazer parte da mesma organização criminosa.
OPERAÇÃO
A ação policial, chamada Operação Capital Oculto, é coordenada pelo Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e cumpre ao todo 76 ordens judiciais, sendo 28 de prisão.
Os alvos da operação estão espalhados por diversas regiões da capital, como a Vila Dagmar Mazza, na zona Sul; Santa Isabel, na zona Leste; e até um condomínio de luxo às margens da BR-343, logo após a Ladeira do Uruguai.
Durante a operação, foram recolhidos documentos, dinheiro em espécie e automóveis de luxo. Uma das empresas investigadas foi identificada pelo laboratório de lavagem de dinheiro da polícia como responsável por movimentar recursos para a facção B40.