Homem é preso suspeito de matar esposa e citar infarto para escapar do crime em Teresina
Um homem foi preso suspeito de matar a companheira e tentar esconder o feminicídio, afirmando que a vítima, Maria da Conceição Rodrigues de Morais, teria sofrido um ataque cardíaco (infarto) em Teresina (PI).
O principal suspeito de cometer o crime é Antônio Moreira da Silva Filho, companheiro de Maria da Conceição. Ele foi preso na casa onde residia, no bairro Buenos Aires, enquanto esperava pelo velório da vítima.
O suspeito já teria sido apontado como o autor de outras agressões na vítima. Por isso, familiares da Maria da Conceição desconfiaram do possível infarto.
A desconfiança foi reforçada após os funcionários de uma funerária estranhar hematomas no corpo durante a preparação para o velório e alertar à família para a possibilidade de um assassinato.
No Instituto de Medicina Legal (IML), os legistas confirmaram que a vítima foi estrangulada, ou seja, teve o pescoço apertado e/ou sufocado. Os exames apontaram que a mulher estava com marcas de espancamento no corpo e na cabeça.
O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso. O coordenador do DHPP, Francisco Costa Barreta, pontuou que o homem foi preso na casa onde aconteceu o crime enquanto aguardava o velório da vítima.
“Diligenciamos e conseguimos localizar ele em casa, que estava aguardando o corpo para fazer o velório. No DHPP, os depoimentos iniciais terminaram com o auto de prisão em flagrante por homicídio qualificado, na qualificadora do feminicídio”, disse Barreta.
DO INFARTO À SUSPEITA DE FEMINICÍDIO
O Portal ClubeNews apurou que os familiares da vítima foram informados que Maria da Conceição sofreu um mal-estar na casa onde reside com o suspeito e teria sido encaminhada ao hospital por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Segundo o delegado Francisco Costa, na quarta-feira (26), por volta das 15h30, a irmã da vítima suspeitou de um possível assassinato e, por isso, registrou um boletim de ocorrência, após os funcionários da funerária desconfiarem das marcas no corpo durante a preparação para o velório.
No dia do crime, pela manhã, o companheiro da vítima, que trabalha em uma padaria, teria faltado ao trabalho com a justificativa que a esposa não estava se sentindo bem.
Após saber dessa ausência no trabalho, a irmã da Maria da Conceição foi até a casa da vítima. Chegando ao local, presenciou Maria inconsciente deitada no chão com a equipe do Samu. Os socorristas teriam sido acionados por vizinhos.
“Ela, a irmã, quando tomou conhecimento, foi até a casa porque ela sabia que ele vivia constantemente agredindo esta mulher. Quando ela chegou, encontrou o Samu dizendo que a mulher teria sofrido um infarto, que teria sido confirmado pelo companheiro. Ele teria falado que estava no quarto, ela teria ido ao banheiro, que ela caiu no banheiro, que tentou reanimar ela”, disse o delegado.
Com a morte confirmada na casa, a irmã foi à funerária para saber da preparação do corpo. Nisso, o funcionário do local relatou que o corpo estava com sintomas de um possível crime, como hematomas e pescoço inchado. Após isso, ele foi encaminhado para análise no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) do Hospital Getúlio Vargas.
No entanto, devido às características dos hematomas, o corpo foi direcionado ao IML. “Chegando ao IML, a médica legista constatou que ela tinha sofrido esganadura, pancada na cabeça e outras lesões no corpo”, pontuou o delegado.