Justiça manda soltar mulher acusada de matar irmãos após laudo descartar veneno em cajus
Um novo laudo, obtido com exclusividade pelo Fantástico, mostra que a mulher acusada de matar dois irmãos envenenados pode ser inocente. O caso aconteceu na cidade de Parnaíba (PI).
A partir disso, a Justiça determinou a soltura de Lucélia Maria da Conceição Silva presa, desde o dia 23 de agosto de 2024, pelas mortes de João Miguel Silva, de 7 anos, e Wlices Gabriel Silva, de 8 anos.
O novo laudo, liberado na última quinta-feira (09), apontou que não havia presença de veneno nos cajus dados pela idosa aos irmãos.
A substância tóxica que estaria nas frutas seria a mesma utilizada no baião de dois consumido no almoço do dia 1º de janeiro de 2025 pela família dos irmãos. No novo caso de envenenamento, a mãe, dois irmãos e um tio de João e Wlices morreram.
O laudo saiu um dia depois que Francisco de Assis da Costa, padrasto da mãe das crianças, ser preso como principal suspeito de envenenar um baião de dois comido pela família em um almoço. Ele simulou ingerir a comida.
PEDIDO DE SOLTURA
Com o novo laudo, o Ministério Público pediu a revogação da prisão de Lucélia, que sempre negou o crime e chegou a ter a casa incendiada. Agora, a investigação foi reaberta e as suspeitas do crime também recaem sobre Francisco.
Após pedido do Ministério Público, a TV Clube apurou que Tribunal de Justiça do Piauí determinou, nesta segunda-feira (13), a imediata soltura de Lucélia Maria.
O promotor Silas Sereno Lopes apontou que as crianças podem ter ingerido outro alimento além do caju. Por isso, as investigações foram reabertas para esclarecer os fatos.
“Ainda não há um elemento que o coloque diretamente na cena do crime, mas já há informação de que aquelas crianças teriam ingerido outro alimento que não o caju. Ou seja, há um fato novo e, havendo um fato novo, é preciso que se analise toda essa circunstância”, disse o promotor do caso.
Segundo a Polícia Civil, durante a madrugada do réveillon, enquanto os outros moradores da casa dormiam, Francisco contaminou o arroz com terbufós e, na manhã seguinte, teria insistido que o arroz fosse servido no almoço.
Ele, no entanto, nega participação nas mortes. Em nota, o advogado de defesa afirmou que Francisco é inocente e que não há elementos concretos da participação dele na empreitada criminosa.