Manifestantes são recebidas com tiros de alerta em protesto contra má qualidade da energia elétrica em Teresina
Mulheres quilombolas são recebidas com tiros de alerta em protesto contra qualidade e preço da energia elétrica em Teresina — Foto: Reprodução
Grupos de mulheres de comunidades rurais do Piauí realizaram um protesto nesta quarta-feira (8) na sede da Equatorial Piauí. Conforme relato das manifestantes, seguranças chegaram a disparar para o alto com a chegada do grupo. Ninguém ficou ferido. Elas aguardam para conversar com representantes da empresa. Leia nota da concessionária abaixo.
O grupo, formado por moradores de comunidades quilombolas e de outras comunidades rurais do Piauí, chegou ao local por volta das 9h, com bandeiras e carro de som. Eles reclamam da má qualidade da energia elétrica nos locais onde moram e dos preços altos das contas pagas.
“Nós fomos recebidas a tiros. Para cima, mas a tiros. Nós temos uma pauta justa, nós pagamos caro e estamos querendo uma audiência, só sairemos daqui quando tivermos uma data para isso”, declarou Maria Gonçalves, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
As manifestantes relataram que quando chegaram o portão estava aberto e foram entrando, mas que os seguranças, ao verem a multidão, atiraram para cima.
“A energia elétrica está muito cara e, às vezes, quando chove falta energia e demora muito para retornar”, relatou Érica Barros, moradora da comunidade quilombola Saco da Várzea em São José do Piauí.
As manifestantes afirmam que os talões mais altos custam, em média, R$ 200,00 a R$ 300,00, o que pesa no bolso dos moradores que não têm uma renda alta. Além disso, conforme a agricultora Ana Neles, de Campo Grande do Piauí, disse ao g1 que também há falta de transparência nos talões.
“A gente não consegue ver nada, na parte onde tem os detalhes da cobrança é tudo escuro. Não dá pra ver”, reclamou.
Manifestantes são recebidos com tiros de alerta em protesto contra má qualidade da energia elétrica em Teresina — Foto: Lucas Marreiros/g1
A imprensa acompanha o ato do lado de fora da empresa, que fechou os portões. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados. Há um helicóptero da PM sobrevoando a empresa e acompanhando o ato.
No pátio em frente ao prédio do órgão, as manifestantes entoam cantos de militância enquanto fazem uma roda. O grupo entendeu bandeiras no chão e reveza, ao microfone em carro de som, palavras de ordem.
Em nota, a concessionária se manifestou informando que não sabe o motivo do protesto e que segue “aberta ao diálogo”.
Nota de Esclarecimento
A Equatorial Piauí informa que, na manhã desta quarta-feira (08), foi surpreendida por uma invasão de movimentos sociais organizados ao prédio sede, localizado no centro de Teresina-PI.
Até o presente momento, a organização do movimento ainda não comunicou formalmente a causa do protesto e as pautas de reivindicação.
A Distribuidora lamenta o episódio e repudia qualquer forma de invasão. A concessionária esclarece ainda que tenta uma reunião pacífica e segue aberta ao diálogo.
Assessoria de Comunicação da Equatorial Piauí
Fonte: G1 Piauí