MPPI exonera assessor de promotor investigado por exigir dinheiro para arquivar processo
O Ministério Público do Piauí (MPPI) exonerou André Ricardo Bispo Lima, assessor ministerial da 1ª Promotoria de Justiça de Bom Jesus, investigado junto com o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Junior, por exigir R$ 3 milhões de empresário para arquivar processo.
Por determinação do desembargador Ricardo Gentil, do Tribunal de Justiça do Piauí, o processo deixou de tramitar em segredo de Justiça, a partir desta terça-feira (20).
O promotor e o ex-assessor também estão usando tornozeleira eletrônica e proibidos de se comunicarem. O desembargador determinou ainda o afastamento cautelar de Verdejo do cargo de promotor de justiça pelo prazo de um ano (ele já havia sido afastado temporariamente por 90 dias pela Corregedoria Nacional do Ministério Público).
RELEMBRE O CASO
O promotor Maurício Verdejo foi denunciado pelo empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa que procurou a Polícia Federal e disse ter sido abordado pelo agente da justiça em um restaurante. O promotor teria dado o prazo de poucos dias para ele pagar a quantia de R$ 3 milhões para não ser mais investigado.
Após uma semana de investigação, a equipe da PF conseguiu confirmar a denúncia da vítima e registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado
Segundo a PF, Mauricio Verdejo chegou a receber R$ 900 mil, valor que foi apreendido, no dia 07 de agosto. Também foram apreendidos documentos e aparelhos eletroeletrônicos na casa do suspeito.
O promotor poderá responder pelo crime de concussão, que consiste na conduta de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida.