Operação investiga advogados suspeitos de aplicar golpes
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Piauí (MPPI), cumpriu três mandados, sendo um de busca e apreensão e dois de prisão, na manhã desta quarta-feira (5/7).
“No município piauiense, os mandados foram cumpridos em um escritório de advocacia. Foram apreendidos 15 notebooks, 05 pen drives e 02 celulares do escritório”, informou. Há mandados sendo cumpridos em outros estados, como Bahia, Goiás e Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Paraíba.
Os mandados fazem parte da Operação “Arnaque”, deflagrada pelo Gaeco do Mato Grosso do Sul, e foram cumpridos no município de Floriano, região Sul do Piauí.
“O trabalho investigativo identificou duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis pela propositura de mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, muitas delas consideradas temerárias pelo Poder Judiciário (praticamente todas as demandas partem da premissa de que empréstimos consignados são forjados)”.
Segundo a investigação, “as organizações criminosas, mediante série de ardis, obtêm procurações de idosos, deficientes e indígenas para, ao final, ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras, terminando cerca de 10% dos casos com procedência; quando não são feitos acordos em massa com instituições financeiras”.
“As investigações revelaram que os crimes, apesar de explorarem pessoas em grave situação de pobreza e vulnerabilidade social, permitiram que líderes das organizações criminosas movimentassem cerca de R$ 190 milhões em menos de cinco anos de atividade”, pontuou o MPPI.