Piauí tem 44% do seu território com restrições para a agricultura, diz IBGE
Cerca de 44% do território do Piauí possui restrições para o desenvolvimento da agricultura, é o que mostra o Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira (5), Dia Mundial do Solo.
O estudo inédito, que classifica, interpreta e visualiza o potencial natural dos solos para a agricultura, constatou que cerca de 31% do território piauiense possui restrições significativas ao desenvolvimento da agricultura.
Daniel Pontoni, analista da pesquisa, explica que essas áreas possuem relevos mais acidentados, com problemas de fertilidade e mecanização e restrições importantes quanto à profundidade. “Essas precisam de ações relativamente mais complexas de manejo agrícola, e teriam uma agricultura especializada adaptada a esses tipos de ambiente”, disse.
Já 13% do território estadual foi classificado como fortemente restrito ao uso agrícola. Para se plantar nessas áreas são necessárias ações muito significativas e intensivas e, em alguns locais, essas terras poderiam ser indicadas como áreas de preservação ou conservação em função da fragilidade do ambiente. “São locais onde a agricultura pode levar à degradação”, destacou o pesquisador.
Por outro lado, o estudo revelou que 32% da área do território do Piauí apresenta boa (17%) ou muito boa (1%) potencialidade ao desenvolvimento agrícola. “Significa que, sob o ponto de vista do recurso natural, como características e tipos de solo associado ao relevo, essas áreas favorecem a agricultura, resultado que demonstra o elevado potencial para a agricultura do país”, diz Pontoni.
O mapa orientativo foi elaborado a partir do mapeamento de solos do IBGE, levando em consideração os recursos naturais, sobretudo solo e relevo, e como eles podem favorecer o setor agrícola brasileiro.
A grande variedade de tipos de solos do país foi classificada considerando características como textura, pedregosidade, rochosidade, erodibilidade, entre outros, em cinco classes de potencialidade variando de terras com muito boa potencialidade a terras com restrições muito fortes ao desenvolvimento agrícola.