Suspeito que fingia ser idoso para sacar benefícios do INSS é preso em flagrante
A Polícia Federal (PF) prendeu o líder de uma organização criminosa e um ator idoso contratado por sacar benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A prisão em flagrante aconteceu na cidade de Bacabal (MA), durante as investigações da Operação Fictus.
A ação policial foi deflagrada para desarticular organização criminosa especializada em fraudar benefícios do INSS no Piauí e no Maranhão. Durante as investigações, houve ainda a tentativa de obstrução de provas por parte do líder da organização.
O delegado da PF, Davi Sobral, informou que as fraudes consistiam na criação de pessoas fictícias que figuravam com titulares dos benefícios fraudados pelo grupo.
“Eram pessoas fictícias, eles criavam documentos de identificação falsos e a partir de então, eles davam a entrada nos requerimentos dos benefícios previdenciários”, disse o delegado.
As investigações iniciaram em 2019 quando a Força Tarefa Previdenciária identificou a transferência de um benefício de manutenção para a agência de Parnaíba. A partir de então, foram realizadas diligências investigativas e se descobriu outros benefícios fraudados pelo grupo.
“Nas investigações, foi possível identificar servidores públicos de vários órgãos, que contribuíam para a prática das fraudes em apuração. Foram arrecadadas vários cartões bancários de titulares dos benefícios fraudados”, destacou o delegado Davi Sobral.
Além da prisão em flagrante, nesta terça-feira (7) foram cumpridos mandados nos municípios de Parnaíba (PI), Teresina (PI), São Luís (MA), Bacabal (MA), Codó (MA), Grajaú (MA), Pedreiras (MA) e Trizidela do Vale (MA). Eles foram expedidos pela 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Piauí.
Foram cumpridos 38 mandados judiciais, sendo 10 de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão. Uma pessoa foi afastada do cargo público. O prejuízo causado pelo esquema criminoso ao INSS está estimado em pelo menos R$ 71 milhões.
Golpe
As investigações apontam que as fraudes aconteciam mediante a criação de “idosos fictícios” para fins de obtenção de benefício previdenciário e de natureza assistencial, por meio da falsificação de documentos de identificação civil e transferência irregular de benefícios em manutenção.
Além disso, os golpistas também reativavam benefícios cessados de pessoas falecidas, por meio de prova de vida bancária a partir da juntada de documentos de identidade falsos e comprovante de endereços falsos, inclusive, alguns com dados dos próprios investigados.
As apurações identificaram ao menos 505 benefícios com indícios de fraudes ligados aos investigados. Além dos mandados, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores de quantia superior a R$ 71 milhões, montante referente ao prejuízo atual dos benefícios cujos indícios de fraude foram identificados até o momento.
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário, falsificação de documento público, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistemas de informação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Fonte: Portal ClubeNews