Explosão no Vasto: vazamento de gás pode ter iniciado após gato passear pela cozinha
O laudo pericial do Departamento de Polícia Técnico-Científica do Piauí apontou que o vazamento de gás que terminou na explosão do Restaurante Vasto, na zona Leste de Teresina, pode ter iniciado após a presença de um gato (animal felino) passear pela cozinha. Essa é apenas uma das hipóteses apresentadas no laudo (leia mais a seguir).
A suspeita é do felino ter acionado acidentalmente algum dispositivo que liberou o gás. Já a explosão tem como principal causa a ignição por faísca elétrica.
A explosão do restaurante aconteceu no dia 21 de dezembro de 2022 por volta das 6h30. O restaurante estava localizado na Rua Professor Joca Vieira, Nº 1227, Bairro Jóquei Clube, na zona Leste de Teresina (PI). Um funcionário ficou ferido com queimaduras pelo corpo. O local estava com menos de um mês inaugurado quando desabou.
CONCLUSÃO DO LAUDO
Como conclusão, a perícia destacou que a hipótese mais provável da causa da explosão tenha sido “provocada por vazamento de gás na rede secundária da cozinha do Restaurante Vasto oriundo de defeito no regulador de gás ou no equipamento ou por ação direta de acionamento”.
Diante dessas possibilidades, “houve saturação da massa de gás no ambiente e a ignição ocorreu, positivamente, por contato com faísca elétrica gerada ao toque de um interruptor de acionamento de exaustor”.
TRÊS HIPÓTESES PARA A POSSÍVEL CAUSA DO VAZAMENTO DE GÁS
Primeira hipótese é a de falha no regulador de 1º estágio; segunda hipótese seria a de falha em equipamento (não podendo ser descartada a falha em um equipamento, tanto por má instalação como por falha de fabricação e/ou de operação); terceira hipótese seria a de intervenção direta no equipamento provocada pela ação do felino, gato doméstico, que transitava pela cozinha durante horário compatível com o início dos vazamentos.
Além dessas possíveis hipóteses do fato gerador do vazamento na rede segundaria, o laudo também aponta falha humana para evitar a explosão.
GATO, VAZAMENTO E EXPLOSÃO
O horário em que o animal transita pelo local é compatível com o testemunho do vigilante. Ele informou que mesmo recorte de tempo passou a sentir o cheiro de gás.
No documento consta que o felino que possui “porte e tamanho compatível para um possível acionamento acidental de equipamento ou em outro caso até mesmo retirada de mangueira de acoplamento”.
“Pelas imagens o horário em que o felino é visto nas imagens é compatível com o horário relatado pelo vigilante em que ouve um barulho vindo da cozinha e posteriormente o cheiro de gás. Ressalta-se que o animal não pertencia ao restaurante e que sua presença no local era desconhecida”.
“Sabe-se que no local transcorreu no mínimo um tempo de 3h de vazamento de gás, tempo suficiente para um grande volume de gás dissipado em ambiente confinado, criando um bolsão de gás, que representa um grande risco para a explosões com uma simples ignição, como uma centelha de interruptor, fato que ocorreu no referido caso”, diz o documento.
O laudo também apontou divergências entre o projeto e construção do restaurante. Por exemplo: “durante os primeiros levantamentos observou-se que o local da casa de gás havia sido ampliado com mais um espaço, passando de 8 para 12 recipientes de gás P-190, divergente do apresentado no projeto”.
“Em análise confrontando os achados com o que havia em projeto, fora encontrado divergência na dimensão dos tubos da rede primária de cobre entre o projetado, e o executado, além de algumas conexões não estarem com fita veda rosca, emenda de mangueiras em série, que são itens não permitidos pela norma”.
Fonte: Portal ClubeNews
foto:Reprodução/ Laudo Polícia Científica