Caso Aretha Dantas: cinco anos após o crime, ex-namorado está solto e não foi julgado
O acusado de matar a cabeleireira Aretha Dantas, no dia 15 de maio de 2018, nunca foi a julgamento no Tribunal de Justiça do Piauí, passados cinco anos do crime. O réu é o ex-namorado de Aretha, Paulo Alves dos Santos Neto, que na época trabalhava como motorista de aplicativo. Ele responde o processo em liberdade.
Aline Dantas, irmã da cabeleireira, diz que a família, desde o crime nunca mais se reuniu em sua plenitude. Ela conta que há momentos felizes, mas não se sentem completos, pois existe a ausência da Aretha.
“A gente quer uma resposta das autoridades porque que ainda não marcaram o julgamento do Paulo. O que está faltando? (É uma dor) que só aumenta, a cada dia, a cada hora, a cada momento. Cinco anos que minha irmã se foi, da forma como se foi, e ele está impune desse jeito. Isso é um absurdo. Que ele pague o que ele fez, que ele cumpra a pena, preso”, disse Aline.
Atualmente, segundo apurou a TV Clube, o processo está concluso para decidir se o réu vai ou não ao Júri Popular. O irmão de Aretha, Aldir Filho, diz que a família permanece na luta por justiça. “A gente já vem pedindo há muito tempo. Eu acho que ele não deveria ter a vida dele normal, devia estar preso”.
O CRIME
O corpo da cabeleireira Aretha Dantas foi encontrado na manhã do dia 15 de maio de 2018 na avenida Maranhão, próximo de um campo de futebol e da ponte da Tabuleta, sentindo Centro-Sul. A perícia constatou marcas de perfurações de faca e de pneus de carro, indicando que a vítima também foi atropelada.
No dia seguinte ao crime, o ex-namorado Paulo Alves dos Santos Neto se entregou à Polícia Civil. Na época, na casa dele, a equipe do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) encontrou o carro do acusado com roupas e uma faca suja de sangue. O veículo também tinha várias manchas de sangue.
No dia do assassinato, Aretha foi espancada, esfaqueada e atropelada pelo acusado. As agressões iniciaram na casa do ex-namorado, na região Sudeste de Teresina. Antes disso, ela vivia um relacionamento abusivo com agressões e ameaças.
No dia 23 de agosto de 2018, o acusado passou por audiência de instrução e julgamento. Ele se manteve em silêncio. Foram ouvidos testemunha de defesa e acusado.
Já no dia 20 de janeiro de 2020, o juiz Antônio Reis de Jesus Noleto relaxou a prisão do acusado, devido ao excesso do prazo da prisão preventiva. Paulo passou a esperar pelo júri em liberdade.
No dia 09 de abril de 2023, Paulo voltou a ser preso, mas pelo crime de embriaguez ao volante na cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, onde mora, mas teve fiança. Hoje, ele é casado, tem dois filhos e espera o julgamento pelo feminicídio em liberdade.
O QUE DIZ O TJ?
O Tribunal de Justiça do Estado do Piauí informou à TV Clube que o caso está em sigilo e que o processo está pronto para a sentença. A previsão é que até a próxima terça-feira, dia 23, o juiz decida se o réu vai a júri popular ou não.
Já a defesa de Paulo Alves dos Santos Neto, o advogado Jader Madeira Portela Veloso, relatou que por questões contratuais não pode falar sobre o caso.
Fonte: Portal ClubeNews