Ex-PM condenado pela morte de Camilla Abreu tem pena aumentada para 22 anos
A pena de Allison Wattson da Silva Nascimento, ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, acusado de matar e ocultar o corpo da ex-namorada, a estudante Camilla Pereira de Abreu, de 21 anos, foi aumentada para 22 anos de reclusão.
Inicialmente, o ex-capitão foi sentenciado a 17 anos. A ação ocorreu após o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) negar o recurso de defesa e acolher o recurso do Ministério Público do Piauí (MP-PI), que solicitava o redimensionamento da pena imposta anteriormente.
Alisson Wattson foi preso em outubro de 2017, como o principal suspeito do feminicídio da estudante de direito. Ele foi condenado em 2021 pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo fútil, sem chance de defesa, ocultação de cadáver e fraude processual.
O MP-PI apresentou um recurso que solicitava um aumento de pena de 5 anos para o condenado. O TJ-PI acolheu o recurso e Alisson Wattson deve cumprir 22 anos e 15 dias de prisão, além de 4 meses de detenção.
EX-PM ESTUPROU CRIANÇA DURANTE SEMIABERTO
O ex-capitão da PM foi preso em 27 de julho de 2023, sob a suspeita de estupro de vulnerável contra uma criança de sete anos.
A delegada Lucivânia Vidal, da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), informou que o suspeito cumpria a pena em regime semiaberto: trabalhava durante a manhã e voltava para a Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, à noite.
A mãe da vítima informou, na época, que a família mora no mesmo local em que Allison trabalhava.
RELEMBRE O CRIME
Allison Wattson foi condenado, em setembro de 2021, a 17 anos de prisão pelo feminicídio da ex-namorada Camilla Abreu. A medida foi determinada pela juíza Cássia Lage de Macedo, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina.
O crime ocorreu em outubro de 2017. Na sessão, o acusado afirmou que estava em um bar com Camilla e uma amiga da estudante na noite do ocorrido. Ele teria deixado a amiga em sua residência e depois seguido de carro para o apartamento da namorada.
Contudo, a estudante disse que não queria dormir lá e sugeriu que ambos fossem ao povoado Mucuim, na zona Rural da capital. O casal desceu do veículo e iniciou uma discussão, durante a qual o ex-PM teria feito o disparo que matou Camilla.
Diferentes testemunhas ouvidas na audiência apresentaram versões que culparam Allison. A amiga que estava no bar, Luana Regina de Sousa, apontou que o relacionamento dos dois era abusivo, com agressões físicas e psicológicas.
Um lavador de carros, Marcelo da Silva Barroso, e o proprietário de um posto de lavagem, Jaldo Viana, disseram que havia muito sangue no banco do passageiro do veículo do ex-policial, que alegou ter socorrido vítimas de um acidente na estrada.
Além de feminicídio qualificado, Allison foi condenado pelos crimes de ocultação de cadáver e delito de fraude processual. Cinco anos depois, em dezembro de 2022, ele ingressou no regime semiaberto.